"Volta o cão arrependido. Com suas orelhas tão fartas. Com seu osso roído. E com o rabo entre as patas".
Essa poderia ser a melhor definição, da pra presença de Lula no G7.
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Contra fatos não há argumentos. Muito menos desculpas de incompatibilidade de agendas. A reunião 2023 do G7, o grupo que reúne os interesses dos países mais ricos do mundo onde tradicionalmente se convidam países emergentes foi produzida para dar um duro recado a Wladimir Putin, da Rússia e XI Jinping, da China, que as democracias ocidentais estão alinhadas com Volodymir Zelensky.
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Portanto, não cabia ao presidente Lula da Silva, na condição de convidado tentar interferir no texto da declaração dos documentos. Seria como se chegar na casa do anfitrião e querer mexer no cardápio já montado porque não gosta de um dos ingredientes da salada de entrada.
A entrada, como se viu, foi a previamente preparada e servida já na sexta-feira onde ficou claro que o grupo não estava interessado no que o Brasil queria dizer na direção de suavizar as cobranças contra o presidente russo.
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Mas o que Lula e sua diplomacia não perceberam (o que já seria complicado tratando-se do atual momento global) foi que o G7-2023 seria na verdade um oportunidade reafirmação de tudo que os países mais ricos já disseram ou fizeram a favor da Ucrânia.
Portanto, seria surpresa zero a presença do líder do país invadido no encontro como troféu do que o grupo pensa e tem atuado desde o primeiro dia da invasão.
O que ficou claro é que Lula, o Itamaraty e o assessor internacional, Celso Amorim não tinham uma estratégia clara de como reagir a esse fato. Especialmente quando a um eventual convite do presidente ucraniano com a o presidente brasileiro que até agora não afirmou uma posição firme contra a Rússia embora tenha se pronunciado contra a guerra, mas apenas quando não pode ficar em silêncio.
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O presidente Lula tinha grandes expectativas de ser a estrela do encontro a partir do evento de 8 de janeiro quando o Brasil reafirmou sua Democracia e sobre o qual Lula tem sido recebido com deferência em vários países.
E ele percebeu já em solo de Hiroshima que a festa não era para ele e sim para Volodymir Zelensky lhe restando apenas um lugar de coadjuvante. Mas Lula e sua equipe não perceberam que o que estava ruim poderia ser pior já que a presença do líder da Ucrânia, naturalmente, forçava a necessidade de uma reunião o que não aconteceu com desculpa de incompatibilidade de agendas.
Ora, todos os chefes de estado ali presentes viram a resistência de Lula em se reunir com Volodymir Zelensky e as sucessivas desculpas de que não tinham definido o encontro ao longo do evento. Ainda mais quando o presidente da Ucrânia se reuniu com quase todos os líderes que se dispuseram a falar com ele à exceção de Lula que diante do desgaste tentou justificar o fracasso dizendo que esperou Zelensky num tarde de domingo e ele não compareceu. Lula estava querendo enganar quem além dele mesmo?
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O desastre diplomático ficou evidente e Lula agora é visto como um aliado de Wladmir Putin e, portanto, sem qualquer possibilidade de se colocar como um eventual mediador no conflito, virou figurante no espetáculo onde o protagonista foi o presidente da Ucrânia.
Mas isso se justificativa. O conjunto de gestos e falas desde sua entrevista à revista Time ainda na condição de candidato em 2022 consolidaram o entendimento de que Lula, e sua diplomacia, não condenam efetivamente a posição da Rússia e isso tem consequências agora explicitadas internacionalmente.
Isso vai de um telefonema protocolar ao líder ucraniano, à visita à China condenando os Estados Unidos e União Europeia e à recepção ao chanceler russo Serguei Lavrov e uma visita do seu assessor especial Celso Amorim a Kiev.
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Restou a Lula no seu pronunciamento final de propagandear a tese do cachorro doido sobre a qual não se deve açoitar e encurralar um cão hidrófobo pois ele pode sair mordendo todos que encontra pela frente. O cão Putin, segundo Lula, poderia sair apertando os botões de suas arma nucleares contra a Europa e Estado Unidos.
Pode ser. Mas a essa altura e devido a quantidade de agentes de saúde e bombeiros militares envolvidos na captura do animal são mínimas as chances de alguém alertando para os risco de uma mordida ser ouvido na sala. A Lula sobrou o gesto de ter avisado da possibilidade do pior.
O que o presidente brasileiro e sua diplomacia não entenderam é que, naquele fórum, ninguém estava preocupado com isso. Até porque já tinham avançado demais na estratégia de contenção do enraivecido Putin e se preparado para açoitá-lo até a exaustão. E que até pelos gestos de apoio a Putin desde o começo da guerra Lula não tera a pessoa mais adequada para esse tipo de aviso.
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Lula voltou ao Brasil com a marca de pró-Rússia estampada na sua roupa e isso evidenciado em nível global. A notícia é que Lula não quis se reunir com Zelensky apesar de ele ter pedido um encontro. E ao presidente brasileiro ficará apenas a tentativa de se explicar e dizer que alertou para outros temas importantes diante dos líderes mundiais.
Saiu menor do que quando viajou ao Japão num momento poderia voltar maior e se credenciar como um ator importante como ele mesmo se apresenta. Mas ela vai continuar achado que fez a coisa certa e que foi Zelensky quem não quis falar com ela. E tem gente próxima a ele que acredita.
Paciência.
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