A MISTURA DO BOLO; PT em Pernambuco, só conseguiu eleger Lula por causa da receita, mesmo que os ingredientes não fossem de qualidade, mas o bolo saiu

 


O PT é tudo sem ser nada. O partido, por si, não consegue protagonismo e a vitória de Lula (PT) comprova isso. O protagonismo é do ex-presidente. Os petistas só não foram extintos com a prisão de seu líder, exatamente porque abriram mão do país em 2018 para tentar salvá-lo. E somente ele podia salvar o PT.



Em Pernambuco há uma situação bem característica dessa relevância irrelevante. Na única vez em que ficou sob os principais holofotes, João Paulo (PT) foi prefeito do Recife por oito anos. Terminou a gestão com tamanha popularidade que elegeu fácil o sucessor, João da Costa (PT). E aqui entra a característica que melhor define o PT pernambucano e também no Brasil: É uma rinha constante. O PT é um saco de gatos. É como se os integrantes precisassem não se entender para poder respirar.

PUBLICIDADE

João da Costa foi boicotado por aliados e pelos próprios colegas petistas, todos de olho em suas próprias ambições. O PSB tinha gente na gestão petista que vazava informações para gerar crises. Mas era o próprio PT quem mais atrapalhava, com João Paulo, que passou de criador a inimigo, e com Humberto Costa (PT). A briga gerou uma situação bizarra. O prefeito petista foi impedido de se candidatar à própria reeleição. João Paulo virou vice de Humberto e os dois, juntos, foram derrotados por Geraldo Julio (PSB).

PUBLICIDADE

Recentemente, quando Teresa Leitão (PT) alinhou seu nome para a disputa pelo Senado, uma fonte no PT explicava que ela queria vencer a eleição, lógico, mas o maior interesse era medir forças com Humberto Costa internamente. Ser senadora, igual a ele, ajudava nisso. A fonte brincou: “Se derem a ela a chance de escolher entre ser presidente da República em Brasília ou presidente do PT em Pernambuco, ela vai pensar muito antes de decidir e muito provavelmente escolherá ser presidente do PT local”.




A relevância irrelevante do PT ficou pronunciada nesta eleição que se encerrou. O partido conseguiu eleger Teresa para o Senado, mas não teve forças para ajudar o candidato a governador da chapa, Danilo Cabral (PSB). O motivo: briga interna.

PUBLICIDADE

Parte da militância estava com Marília Arraes (SD) depois que ela brigou tanto dentro da sigla até sair e trocar de partido. Há quem diga que o PT é um ônibus, difícil de guiar, no qual o motorista é obrigado a planejar um percurso que agrade a todos os passageiros, sendo que ninguém vai para o mesmo lugar, ninguém tem o mesmo destino.



No segundo turno da mesma eleição, outra curiosidade. Já que os petistas recusaram Danilo Cabral e queriam Marília Arraes, Humberto coordenou para que o partido apoiasse Marília. Ele não estava feliz, ele foi obrigado a engolir porque Lula assim determinou. Tudo resolvido? Não.

Boa parte dos petistas votou em Raquel Lyra (PSDB).

PUBLICIDADE

Há quem diga que até Humberto votou em Raquel.

Sim, porque ele era a outra parte em todas as brigas internas de Marília Arraes desde que ela se mudou do PSB para o partido de Lula.

Em Pernambuco, seja com o PSB, Marília ou com Raquel Lyra, o PT vai passar mais um bom tempo cumprindo sua sina de coadjuvante.

PUBLICIDADE

E nacionalmente, o PT é o partido que tem a segunda maior bancada do país na Câmara e tem o presidente da República, mas nada disso é garantia de paz.

Se existem dúvidas acerca do sucesso do governo Lula, e existem, a única certeza é que, caso dê certo e seja exitoso, será apesar do PT.

Paulo Câmara

A fatia do PSB no bolo do novo governo pode incluir Paulo Câmara (PSB). O atual governador de Pernambuco é um dos cotados, junto com Márcio França (PSB-SP). O primeiro não disputou o Senado este ano, abrindo caminho para Teresa Leitão (PT). O segundo era candidato ao governo de SP, mas desistiu para tentar ajudar Fernando Haddad (PT) e se candidatou ao Senado. Ambos perderam. Se o sacrifício deles será recompensado, é o que o novo ministério responderá. Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio são as pastas para as quais eles são cotados.



PUBLICIDADE

Comandante

Um militar de alta patente, com bom trânsito nas Forças Armadas, afirma que o comandante militar do Nordeste, Richard Nunes, seria uma ótima escolha para o Comando Geral do Exército no governo Lula, como já foi ventilado, mas dificilmente será escolhido. Segundo esta fonte, quebraria a cadeia de comando. Há outros dois na fila, à frente dele.

PUBLICIDADE


Postar um comentário

0 Comentários