O mais recente Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) aponta que 19 bairros do Recife têm risco muito alto de infestação do mosquito transmissor de dengue. Zika e chikungunya. Finalizado em julho, ele mostra também que, no panorama geral, a cidade apresenta risco alto.
O (LIRAa) é conhecido como “mapa da dengue”. Com ele, é possível estabelecer metas para o controle do mosquito.
Com base nas informações, o município pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de criadouros onde as larvas foram encontradas.
O levantamento tem quatro parâmetros. Quando o risco é menor do que 1, a situação é considerada sob controle. Isso significa que o mosquito só é encontrado em até 1% dos imóveis vistoriados.
O segundo parâmetro é de risco médio, que vai de 1 até 2,5. Quando o risco é alto, o parâmetro vai de 2,6 a 3,9. O levantamento mais recente aponta a cidade com média-geral de 3,2.
Nos 19 bairros com risco muito alto, o índice é maior do que quatro. Ou seja, em pelo menos 4% das casas havia focos do Aedes aegypiti.
Veja os bairros com mais risco de infestação
- Ibura
- Beberibe
- Cohab
- Jordão
- Macaxeira
- Nova Descoberta
- Peixinhos
- Santo Amaro
- Alto do Mandu
- Brasília Teimosa
- Pina
- Rosarinho
- Torreão
- Encruzilhada
- Hipódromo
- Boa Viagem
- Água Fria
- Campina do Barreto
- Bongi
O levantamento mais recente também mostra um recorte de casos prováveis de arboviroses, entre 22 de maio e 16 de julho. Os bairros que apresentaram o maior número foram: Ibura (31) e Boa Viagem (25).
Quanto ao risco de adoecimento, os bairros que apresentaram as maiores taxas de detecção por 10.000 habitantes foram: Porto da Madeira (7,2), Campina do Barreto (6,8) e Areias (6,8).
Números
Segundo a prefeitura, até julho deste ano, foram notificados 1.783 casos suspeitos de arboviroses. Desse total, eram 1.051 de dengue, 651 de chikungunya e 81 de zika.
Os testes laboratoriais confirmaram, no mesmo período, 389 casos de dengue, 271 de chikungunya e quatro de zika.
Em comparação ao mesmo período do ano anterior, informou a prefeitura, houve redução de aproximadamente 92% nas notificações e de 96% nas confirmações de arboviroses.
Do total de casos de arboviroses, 71,7% foram detectados em pessoas que têm entre 20 e 59, anos. Ou seja, as doenças atingem a população economicamente ativa.
Até julho, os agentes de Saúde Ambiental e Combate a Endemias (Asace) visitaram 1.376.486 imóveis.
Em 75,59% dos locais inspecionados, havia depósitos com acúmulo de água. Foram realizados tratamento e eliminação de criadouros.
Em 24,41% desses imóveis, os agentes não tiveram acesso para fazer inspeção. Eles estavam fechados ou a visita foi recusada pelo morador.
No Recife, disse a administração municipal, não foi registrada morte por causa de arboviroses este ano.
Em junho deste ano, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou a primeira morte provocada por chikungunya no estado, em 2022. Este ano, também foi notificado um óbito causado por dengue, em Pernambuco.
Mutirão
No sábado (23) e no domingo (24), será realizado um mutirão de combate aos focos do mosquito, na Cohab, na Zona Sul. As ações ocorrerão das 8h às 13h.
A meta é inspecionar cerca de 1,4 mil imóveis, entre residências e pontos estratégicos, para identificar e tratar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Ainda de acordo com a prefeitura, as chuvas intermitentes associadas às altas temperaturas registradas na cidade são um período propício para a proliferação desse mosquito.
Cerca de 80% dos focos dos mosquitos são encontrados dentro das residências. Quem quiser pode denunciar focos do mosquito pela plataforma Bora Se Cuidar, no Conecta Recife.
A ferramenta permite que os moradores do Recife acionem a Vigilância Ambiental de forma rápida e eficiente, utilizando geolocalização.
A população ainda pode utilizar a Ouvidoria do SUS, através do telefone 0800 281 1520, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, ou no site da Prefeitura do Recife, em qualquer horário.
Veja dicas de prevenção
- Caixas-d’água, tonéis e tanques: mantenha sempre bem tampados.
- Garrafas e pneus: Não acumule garrafas e pneus em casa; se for o caso, deixe as garrafas vazias com a boca para baixo e guarde os pneus em local coberto.
- Bandeja externa da geladeira: retire a água pelo menos uma vez por semana e lave-a com bucha ou esponja e sabão.
- Plantas: prefira cultivar plantas em vasos com areia e evite usar o pratinho; se necessário utilização do pratinho, preencha-o com areia.
- Lixo: coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada; não jogue lixo em terrenos baldios e verifique o horário de coleta.
- Calhas: remova folhas e galhos e tudo o que possa impedir a passagem da água pelas calhas.
- Bebedouro de animais: lave os bebedouros de animais com escova, água e sabão, semanalmente.
- Ralos: verifique se todos os ralos da casa não estão entupidos; limpe-os pelo menos uma vez por semana e, se não os estiver usando, deixe-os fechados.
- Laje: não deixe água da chuva acumulada sobre a laje.
- Baldes, jarras e potes: lave por dentro, com escova e sabão, jarras, potes, baldes e tanques utilizados para armazenar água, semanalmente; quando não estiverem sendo utilizados, esses utensílios devem ser emborcados e guardados protegidos de chuva.
- Fique atento: a água deve ser despejada em local seco.
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