Desespero e super lotação; São mais de 100 crianças em fila por um leito de UTI no Recife

 

    Foto:Reprodução/hospital pediátrico lotado

HOSPITAIS PEDIÁTRICO SUPER LOTADO NO RECIFE

O número de menores de idade que aguardavam vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), nesta quinta (19), chegou a mais de 100, em Pernambuco. Uma lista enviada pelo governo ao Ministério Público (MPPE) apontou que havia 11 bebês e 100 crianças na fila. Desse total, 80 precisavam de leitos para pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave.

Aylla, de nove meses, recebeu ficha vermelha na emergência de uma unidade de saúde de Peixinhos, em Olinda. Com pneumonia e quadro considerado grave, passou dois dias esperando por um leito de UTI, até ser transferida, no domingo (15), para o Hospital Barão de Lucena, no Recife. Um dia depois, a menina foi levada para a Maternidade Brites de Albuquerque, em Olinda.

A mãe dela, a dona de casa Yngrid Conceição, de 24 anos, não conseguia conter as lágrimas ao falar sobre a situação da filha nas redes sociais.

"A gente está em estado de calamidade. Como é que não tem um leito de hospital? Vocês não sabem como é angustiante ver a sua filha em tal situação e sem conseguir fazer nada", afirmou.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) mostraram que a espera dobrou na última semana. Em 8 de maio, eram 40 solicitações para leitos de UTI, sendo quatro para adultos e 36 para crianças. No domingo (15), chegou a 73 o número de solicitações, sendo três para adultos e 70 para crianças.
Por medo de represália, ela preferiu não ser identificada, mas afirmou que bebês e crianças chegam a passar quatro dias esperando por uma vaga em leito de UTI. Com um quadro de saúde grave, a demora, algumas vezes, é fatal.

Uma médica que trabalha em seis unidades públicas de saúde do Recife e da Região Metropolitana relatou ao G1 que a situação é gravíssima e que chegou a ver o oxigênio ser retirado de uma criança menos grave para socorrer uma que teve uma crise convulsiva.

"A situação é caótica. As crianças estão morrendo. No meu plantão, tinha uma bebê de dois meses que esperou quatro dias. No quarto, a gente conseguiu transferir, finalmente. Ela chegou ao Barão de Lucena, foi intubada e no dia seguinte faleceu", lembrou.

Segundo a médica, há relatos de ao menos três óbitos em 15 dias. Além da bebê de dois meses, ela soube da morte de outros bebês de sete e de nove meses.

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